sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

SME se desmoraliza internacionalmente com o jogo “Cidade Olímpica”


A aula inaugural da secretária Claudia Costin, em 2013, teve um tom épico, com sua entrada em um grande palco totalmente escuro, onde apenas sua figura era iluminada. Seu relatório técnico, baseado em índices e números, foi afirmado como verdade absoluta, incontestável, de um pseudo sucesso que teria sido construído apenas na sua gestão. As estratégias apresentadas para um melhor posicionamento da rede municipal no ranking nacional foram os materiais pedagógicos, de cunho tecnicista, com textos e explicações superficiais que facilitam o treinamento dos alunos para as respostas das provas, e o treinamento dos professores para o uso destes materiais. Ao mesmo tempo, a personalidade em destaque, no palco, Claudia Costin coloca o fracasso como sendo próprio do indivíduo – da necessidade de intensificar seu treinamento e ter mais “garra”. Desqualificam-se os problemas estruturais e o contexto da rede e atribui-se o sucesso à líder e o fracasso ao indivíduo. Essa idéia de culto à personalidade máxima vem se expressando pelo autoritarismo e arbitrariedade das ações que a SME impõe às CREs, às Unidades Escolares e de Extensão e aos profissionais da Educação da rede.

Um exemplo claro da situação atual, absurda, da rede municipal de ensino e da verdadeira superficialidade de suas metas é a compra de 20 mil unidades do jogo “Banco Imobiliário – Cidade Olímpica”, por R$1 milhão, para ser distribuído como MATERIAL DIDÁTICO nas escolas, e que, segundo o jornal O Dia (21/02/2013), tem como conteúdo projetos de habitação, cultura, esporte, saúde e transporte apenas da atual gestão. Como se deu esse processo de mau uso do dinheiro público que pretende usar as escolas, seus profissionais e alunos como instrumentos de campanha eleitoral? A prefeitura usou os trâmites legais para se aliar a uma empresa conhecida no mercado e produzir um jogo que, na verdade, é uma estratégia de propaganda do governo municipal e estadual? A sociedade civil nacional e internacional já está manifestando sua indignação e questiona o modo pelo qual se deu essa transação. Até quando permitiremos que atitudes centralizadas e descabidas como essa continuem acontecendo na rede municipal? É a total desmoralização e desconstrução da imagem da personalidade máxima, que revela a verdade de seus objetivos mínimos. Se a comunidade acadêmica nacional reprovou o que se faz com a educação no município do Rio, por que tudo continua acontecendo, impunemente?

Nós, profissionais da educação, precisamos nos mobilizar contra os desmandos arbitrários desta secretaria municipal, que abre as portas da rede à iniciativa privada e às leis de mercado, trazendo práticas meritocráticas e tecnicistas para mascarar uma qualidade, que vem da superficialidade dos conteúdos curriculares e transforma processo de aprendizagem em treinamento. Uma secretaria que desrespeita direitos históricos do serviço público e trata os profissionais como operários cumpridores de tarefas, sem direito à voz. Uma secretaria que se presta ao papel de ser uma peça estratégica de propaganda eleitoreira, de forma tão acintosa.

Vamos todos à Assembleia da Rede Municipal, no dia 27/02, às 18h, na ABI, para organizarmos e planejarmos nossa luta!




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