Diante da inoperância das Secretarias
de Educação e da falta de vontade política dos governos em resolver a questão
da segurança em escolas localizadas em áreas onde a violência é muito presente
e institucionalizada, vemos verdadeiras aberrações serem entendidas como
solução para as situações limite vividas por essas unidades. É o caso de dez
escolas públicas de Goiás administradas pela Polícia Militar do Estado. Como se
já não bastasse a invasão neoliberal dos economistas em diferentes escalões
governamentais de planejamento e gestão da Educação, agora vemos mais um órgão
ocupando o gerenciamento de escolas, sem ter o menor preparo e cuja existência
não objetiva essa função. É a total desqualificação e menosprezo da área
Pedagógica como condutora dos processos educacionais, no país. Resultado: A
terceirização e a interferência de empresas privadas na gestão escolar, a
lógica do mercado se sobrepondo às práticas comprometidas com a construção e apropriação
do conhecimento e, agora, a militarização da relação entre a escola e os
alunos, impondo uma disciplina que inclui, segundo a reportagem do jornal O
Globo, do dia 07 de abril, revistas armadas pelas filas do pátio e prestação de
continência ao diretor. Essa verdadeira doutrinação das crianças e adolescentes
de comunidades carentes, dentro dos padrões de comportamento da vida militar
atende aos interesses de que camada da população? Os estudantes dessas áreas
estão sendo preparados para enfrentar, interferir e transformar a realidade
adversa que vivem? A pobreza é, mais uma vez, tratada como caso de polícia...
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