terça-feira, 20 de março de 2012

O Estado de Nossas Escolas

A precariedade dos prédios da rede municipal de ensino associada a soluções de improviso dadas pela Prefeitura deixam a comunidade escolar apreensiva com tanto descaso com o dinheiro público em obras de reforma e construções que mostram problemas meses depois de serem concluídas e, principalmente, com a integridade física das pessoas que freqüentam esses espaços.
O CIEP Luis Carlos Prestes sofreu uma reforma que custou um milhão e trezentos mil reais, há cerca de um ano atrás. Apesar do custo altíssimo da obra, ventiladores e prateleiras estão caindo, deixando parafusos expostos, uma das salas de aula está interditada porque parte do teto caiu, colocando em risco a vida de crianças e adultos, e o banheiro feminino não está funcionando. Questionados, os engenheiros argumentam que estes problemas fazem parte do desgaste natural do tempo (um ano!!).
A situação vivida pela EM Frei Gaspar é ainda pior. Construída em 2008, apresenta várias rachaduras, descolamento de pastilhas do revestimento da fachada e esquadrias das janelas tortas e empenadas. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil interditaram o prédio por apresentar problemas estruturais e risco de desabamento. Depois que a imprensa repercutiu o caso, a partir da denúncia do SEPE, o engenheiro envolvido com denúncias sobre a liberação de brinquedos no Parque Terra Encantada, em 2010, onde uma senhora de 61 anos morreu ao cair da roda gigante, emitiu laudo liberando o prédio da escola para funcionamento, baseado numa vistoria “restrita a uma análise técnica visual”. Como uma obra tão recente passa por esse tipo de problema? Como acreditar numa vistoria feita superficialmente por um engenheiro com este histórico? Por que os andaimes com escoramentos na laje do primeiro piso foram mantidos, já que não existe risco? A situação é extremamente grave, pois envolve risco de vida!
Basta relermos a matéria sobre a situação vivida pelas Escolas Municipais República da Colômbia e Rio das Pedras, desde o desabamento desta última, e as condições em que este desabamento ocorreu, para vermos o quão questionáveis são laudos emitidos desta forma.
Durante a manifestação do dia 14/3, um grupo de professores da EM Rio das Pedras, junto com um de nossos diretores, foi à SME pressionar por uma audiência e conseguiu ser recebido pela assessoria da secretária Claudia Costin. Depois de insinuar que o desabamento aconteceu por um problema de gestão, já que a manutenção do prédio cabe à equipe de direção (pasmem!), quase três anos depois, a solução adotada, na época, como emergência, continua mantida e não há previsão de quando o novo prédio será construído porque houve problemas com o TCM em relação ao orçamento da obra. Mas a prefeitura está construindo dois EDIs e uma escola regular no bairro... Por que não priorizar a reconstrução de uma Unidade que está funcionando de forma tão precária?
É importante que professores, funcionários, alunos e responsáveis de todas essas escolas entendam a necessidade de mobilização junto à Regional e ao SEPE central para que tenhamos força de intervenção nestas realidades tão graves. Nossa força é proporcional à nossa mobilização. Estamos juntos nesta luta!

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