quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sobre as manifestações pela redução do preço das passagens

Todas as pesquisas demonstram que, embora tenha ocorrido uma melhora no padrão de vida da população brasileira, no que tange ao consumo de bens, os serviços, como transporte, saúde, educação etc., não melhoraram, ao contrário, pioraram em virtude do processo de privatização. Os Governos Lula e Dilma não reverteram esse processo. Entendo que também devemos avaliar o fato da inflação ter impactado muito mais os serviços do que a cesta básica. Como as metodologias costumam não captar esse aspecto, é claro que foi a classe média a mais atingida nesse processo. Os Governos Lula e Dilma não tiveram como foco das suas políticas a classe média, o que agravou o descontentamento desse setor da sociedade.
No que tange ao estopim do movimento que vemos nas ruas hoje, o aumento das passagens, não é uma surpresa, pois, o sistema de transportes nas grandes cidades brasileiras já entrou em colapso desde os anos 1980, quando assistimos uma série de protestos nas ruas que descambaram para o quebra-quebra. A proposta apresentada pelo neoliberalismo para enfrentar esse problema foi a privatização. 
No Rio de Janeiro, o Governo Marcelo Alencar, durante a era FHC, deu início a esse processo, com a privatização da FLUNITRENS, METRÔ e CONERJ (barcas). Cabe ressaltar que Amaury Ribeiro Jr, autor de “A Privataria Tucana”, denunciou, com base em documentos obtidos em juntas comerciais, cartórios, no Ministério Público e na Justiça, um esquema de corrupção durante as privatizações dos anos 1990, o que ele considera ser a ponta de um iceberg que poderia vir à tona com a instalação de uma CPI no Congresso. Curiosamente, todos os grandes veículos de comunicação brasileiros boicotaram explicitamente a divulgação do livro, o que não impediu a consagradora venda de 115 mil exemplares dois meses após o lançamento.
Devemos retomar a bandeira da estatização dos transportes públicos!
Em meio a essa crise, é importante também fortalecer as instituições democráticas, pois, é através delas que podemos encontrar soluções para os problemas. Os governos comprometidos com as causas populares e a sociedade civil organizada, como os sindicatos e as entidades estudantis, precisam responder rapidamente a essa questão e saírem da inércia. As entidades da sociedade civil deve ir para as ruas com as suas bandeiras! O governo federal deve coordenar a ação dos prefeitos com vistas à redução das passagens de ônibus, meia passagem para os estudantes universitários e passe livre para os estudantes da educação básica em todo o Brasil.

Márcio Franco


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