A Secretaria Municipal de Educação, na figura da secretária Claudia Costin, alardeia, em várias mídias, inclusive em programas de entrevistas de TVs abertas, um sucesso de qualidade e excelência na rede, a partir de sua gestão, que não corresponde, em nada, com a realidade vivida por alunos e profissionais.
Na Educação Infantil, a SME submete os alunos de 4 e 5 anos a uma situação de risco e deficiência pedagógica, colocando um único professor para trabalhar em turmas de 25 alunos, inclusive nas escolas de horário integral, onde as crianças almoçam e tomam banho!
Usa o dinheiro público na compra de um jogo, o Banco Imobiliário Cidade Olímpica, que pretende usar as escolas, seus profissionais e alunos como instrumentos de campanha eleitoral.
Coloca o sexto ano como parte do Primário Carioca, devido ao alto índice de reprovação que ocupava, com atendimento feito por professores docentes II, que não têm formação para dar conta das diversas disciplinas ensinadas por professores com licenciatura plena específica.
Acaba com várias Unidades de Extensão, que oferecem oficinas de enriquecimento curricular, há mais de quinze anos, dadas por professores formados e concursados a alunos de toda a rede, negando a importância da formação pedagógica daqueles que lidam diretamente com nossos alunos, para apostar em projetos gerenciados pelas OSs, que, muitas vezes ficam só no papel, e, quando acontecem com alguma sistematização, oferecem um trabalho precário, em condições precárias, com oficineiros de formação precária que aceitam uma relação de trabalho igualmente precária.
Usa materiais pedagógicos, de cunho tecnicista, com textos e explicações superficiais que facilitam o treinamento dos alunos para as respostas das provas, e o treinamento dos professores para o uso destes materiais.
Desqualifica e acaba com os projetos internos das escolas, elaborados e executados por profissionais da Educação, para continuar implantando projetos externos, elaborados por economistas de fundações empresariais, como se a formação humana pudesse estar submetida a um sistema de coleta de dados e estabelecimento de metas. Foi o que aconteceu com o “Núcleo Esportivo” da Escola Municipal Silveira Sampaio, projeto reconhecido pela qualidade do trabalho que realizava, extinto no início deste ano letivo, sem maiores explicações.
Desfaz equipes de profissionais com remoções compulsórias, determinadas sem documento escrito com as justificativas para tal decisão, criando um clima de insegurança em toda a categoria, que se vê a mercê do autoritarismo da SME, que desrespeita a sua própria regulamentação.
Desqualifica a Língua Espanhola, com redução da carga horária da disciplina e perspectiva de se tornar, a partir de 2014, apenas oficina eletiva nos ginásios cariocas, retirando um componente tão importante da matriz curricular da rede, já que é uma língua muito falada no mundo, especialmente na América Latina. Pior: Esses professores podem ser convocados a trabalhar com turmas de reforço de Língua Portuguesa, disciplina para a qual não prestaram concurso!!! E podem ser remanejados de suas escolas de origem para cumprirem essa tarefa! Novamente, uma atitude autoritária, descabida, que fere a regulamentação do Estatuto do Servidor Municipal!
Está claro que, muito distante do proclamado sucesso alardeado pela SME, a rede municipal vive um retrocesso, um desmonte e uma mutilação, em todos os sentidos.
É preciso dizer NÃO! Não à Educação mínima e instrumental que pretende, apenas, treinar os alunos para as provas e, como diz Michael Apple, “... disseminar um conhecimento fraco, pacificador e uniformizante.”]
Não à substituição do aumento salarial e Plano de Carreira por bonificações de desempenho, que passam uma falsa ideia para a população: a de que o sucesso da Educação depende apenas da dedicação e do empenho de profissionais e alunos, isentando a SME de qualquer responsabilidade.
Não aos mais de 90 projetos de fundações empresariais que atuam na rede, financiados pela prefeitura.
Não ao desrespeito com o qual a categoria tem sido tratada, à retirada de direitos históricos do serviço público, aos desmandos autoritários que passam por cima da regulamentação da própria prefeitura, o que acaba, como disse Gaudêncio Frigotto, no Seminário do SEPE,“interferindo na ética das relações que se estabelecem na escola, o que pode provocar um processo de desgaste e descrença do professor na sua própria profissão.”
Se a comunidade acadêmica nacional reprovou o que se faz com a Educação no município do Rio, por que vamos aceitar, passivamente, tudo o que está acontecendo?
É preciso dizer NÃO! Coletivamente! Mobilizadamente! Vamos participar das ações do SEPE!