A Educação Pública do Rio de Janeiro vive uma situação limite em relação à segurança das escolas localizadas em áreas onde estão deflagrados conflitos violentos entre policiais, milícias e o movimento do tráfico de drogas. Alunos e educadores são expostos, de forma leviana, a manobras que envolvem armamento pesado, helicópteros e risco de vida. O susto, o medo, a correria para o corredor da escola, onde se tem uma sensação de menor perigo fazem parte da rotina de terror a que vários profissionais e estudantes são submetidos e que tem se intensificado, nos últimos anos. As consequências são previsíveis e dramáticas. Viver em um ambiente tenso e, potencialmente, de pânico compromete a saúde e o equilíbrio emocional das pessoas e isso repercute diretamente no processo de ensino e aprendizagem, dentro das escolas. As licenças médicas, a maioria pela psiquiatria, se multiplicam em função do alto nível de stress a que os educadores são expostos e pelos quais acabam adoecendo. Os alunos, que sofrem consequências que marcam toda a sua história de vida, quando podem, faltam às aulas pois se sentem menos vulneráveis dentro de casa. Ironicamente, muitas dessas escolas perderam o direito à gratificação de difícil acesso que possuíam, embora estejam cada vez mais se transformando em ambientes pesados, perigosos e locais de difícil implementação de qualquer processo pedagógico com um mínimo de qualidade. É urgente que toda a sociedade, sindicatos, centrais sindicais e movimentos organizados cobrem dos governos do estado e dos municípios, especialmente do Rio de Janeiro, providências concretas que garantam a integridade física e emocional dos alunos e dos profissionais que estão à mercê da própria sorte, sozinhos no enfrentamento de situações de extrema violência para as quais as escolas não possuem mecanismos e nem autonomia para resolver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário