Neste início de ano letivo, muitas escolas estaduais estão vivendo um verdadeiro caos. Sem qualquer diálogo com a comunidade escolar, a SEEDUC determinou o fechamento de turmas regulares e a abertura de turmas do Projeto Autonomia que utiliza a metodologia Telecurso da Fundação Roberto Marinho. Como estas teles salas utilizam apenas um professor por turma, o resultado é que vários professores, ao chegarem às suas escolas, simplesmente não têm maisturmas para lecionar e precisam, agora em fevereiro, mudar de escola, dividir seu tempo entre várias unidades,encaixar-se em horários já estabelecidos, etc. Centenas ou até milhares de professores viverão este verdadeiro calvárionas próximas semanas. O primeiro aspecto que salta aos olhos é a falta de planejamento: as escolas atingidas terminaram o ano de 2011 com uma previsão de quantitativo de turmas regulares e agora em fevereiro essa previsão foi alterada com a diminuição das turmas regulares para criação das turmas de aceleração da autonomia. Professores que chegaram a participar doconcurso de remoção e escolheram definindo horário e local de trabalho para o ano de 2012, agora se vêem semescola e escolas, sem horário, tendo que alterar a vida de suas famílias porque a SEEDUC não se importa em implementar aspolíticas no tempo adequado para escolas, alunos e professores. Já está tudo organizado? Não importa. O que vale é o que a secretaria manda fazer! Mais uma vez as decisões foram tomadas sem que a comunidade escolar e repetindo o erro tradicionaldestas políticas educacionais governamentais: são pedagogias de gabinete feitas sob encomenda para economizarrecursos orçamentários fosse consultada educacionais e não para investir na melhoria da qualidade educacional. Também está em jogo amelhoria dos indicadores que compõem o IDEB: formação destes alunos (que levarão apenas um ano paracompletar o ensinofundamental e ao acelerar a 18 meses para terminar o ensino médio), o “autonomia” diminui a distorção idade-série e a repetência escolar, elevando consequentemente o IDEB. Mas, a que preço?Aqui aparece o segundo aspecto a ser duramente criticado: mais uma vez, o professor entregador de conhecimentos prontos, um simples mediador “genérico”, como afirma o próprio é reduzido a um mero gerente do projeto na SEEDUC,Antônio Neto: "O diferencial é que cada docente vai orientar e mediar tarefas em diversas áreas do conhecimento, e o aluno terá a chance ativamente".Este aspecto está no cerne da metodologia do Telecurso. Ao professor, de participar sobra apenas a tarefa de contextualizar oconteúdo e não mais produzir conhecimento. O educador auxilia a tecnologia a ensinar e não o contrário. Telecurso:"O professor do Telecurso deixa de ser especialista em conteúdos específicos e Veja o que diz o site do projeto passa a serresponsável pela contextualização do conteúdo do de cada região brasileira".A política educacional do economistaRisolia é assim: para os alunos que programa de acordo com a realidade enfrentaram as maiores dificuldades em suatrajetória escolar e precisariam de um atendimento maior qualidade, oferece-se um aprendizado aligeirado epadronizado, travestido de moderno e de qualidade. Desta forma, a escola vai se tornando cada vez mais fábrica, onde oque importa é o “produto” chegar ao final da linha de produção no tempo previsto. Todos à Assembléia, dia 11 de fevereiro, 14 horas na ACM. Só a luta pode impedir que tais absurdos continuem! |
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Nota do SEPE sobre o Projeto Autonomia da SEEDUC: Autonomia para quem?
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