O ano letivo de 2012 começou regado a arbitrariedades no âmbito da Educação. Ainda nas férias, professores foram convocados por suas direções para o preenchimento de notas do Conexão Educação, atitude invibializada pela ação de nossa regional. Depois, a tentativa de colocar alguns professores em situação de “sobra”, tendo que cumprir carga horária em 2 ou 3 escolas diferentes. Práticas como não fixar o MCF na sala dos professores, mudar horários e turmas sem respeito à ordem do memorando nos fazem questionar o papel dos professores que ocupam a função de direção. Bombardeados pelo autoritarismo das instâncias hierarquicamente superiores, reproduzem com espantosa desenvoltura e obediência práticas que só visam fomentar o antagonismo entre colegas e o conseqüente enfraquecimento da mobilização da categoria.
As mudanças na grade curricular são um exemplo da arbitrariedade que vem do órgão central e vai contaminando os procedimentos adotados pelas Metros e direções de escolas. A valorização de uma língua estrangeira em detrimento de outra, obrigando professores a assumirem o dobro de turmas, com uma carga horária reduzida pela metade, sofrendo um desgaste muito maior para conseguir ensinar muito menos é uma arbitrariedade de desrespeito inominável aos profissionais e aos alunos que, com um tempo de aula semanal, não terão a menor chance de ter uma base de conhecimento sobre qualquer língua estrangeira dada nessas condições.
Como se não bastasse, diretores de nossa região resolveram decidir sozinhos que Língua Estrangeira priorizar e, depois de questionados pela Metro, acataram obedientemente a sua imposição de realizar um plebiscito a respeito. O referido plebiscito, feito em 24h, não teve a participação de nenhum segmento da comunidade escolar no seu planejamento, não abriu espaço para debate e discussão sobre os procedimentos para sua execução, desde quem teria direito a voto – os responsáveis não foram convidados a votar, mas os funcionários terceirizados, sim – até a falta de um sorteio para definir a ordem das disciplinas na cédula. A direção, sempre que questionada, se limitou a dizer que cumpria as determinações da Metro. Mas qual seria o papel dos professores que ocupam a função de direção? Fazer o jogo do governo, que coloca uma disciplina em disputa com a outra, um professor contra o outro, direções contra professores e funcionários e vice-versa? É essa luta que nos move? Que nos vai levar à conquista de uma Escola Pública de qualidade? Quem é o nosso verdadeiro adversário?
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