Carta Pública
O Calouste pede socorrooooo!!!!
A sociedade quer
respeito!!!!
O Rio quer Arte !!!!
Desde que foi criado, em
1971, o Centro de Artes Calouste Gulbenkian foi um multiplicador e formador de
artistas em várias áreas das artes, promovendo oficinas de formação e
especialização em pintura, escultura, cerâmica, marcenaria, teatro, dança,
musica, joalheria, diversas técnicas artesanais, além de mostras, obras de
teatro, dança, musica, espetáculos integrados, desfiles, entre outras
atividades artísticas dentro do Centro, que sempre abriu suas portas a
comunidade da Cidade de segunda a sexta, tendo o final de semana um
funcionamento parcial, no teatro ou em outra atividade excepcional. Associação
de amigos do Centro de Artes Calouste Gulbenkian, é uma associação sem fins
lucrativos que há 30 anos coordena os cursos livres do Calouste em parceria total
com o município, revertendo todo seu capital excedente para equipar e manter as
instalações do centro, oferecendo mais de 40 cursos em diversas áreas das
artes, a preços populares e com um programa de bolsas para toda a comunidade.
Como todos sabem muitos dos equipamentos municipais de cultura
foram interditados no mês de março pelos bombeiros, e após 45 dias os espaços
começaram a ser novamente abertos. No Calouste, estranhamente, tivemos
liberação do prédio e uma interdição parcial de algumas salas, todas onde
ocorrem oficinas ligadas à Associação de Amigos do Centro de Artes. Para que a
palavra estranha não fique demais, fomos informados pela direção que os
bombeiros fizeram esta interdição das salas, “de boca”, ou seja, os bombeiros
vieram a inspecionar e constataram problemas graves na segurança das salas que
funcionam há anos com ditas oficinas, e assim de boca comunicaram a direção do
Centro de Artes Calouste, sem laudo técnico, sem nada escrito nem em um
guardanapo a direção nos comunica de boca, que então as oficinas de cerâmica,
marcenaria (que movimenta parte considerável dos alunos da Associação de amigos
do Centro de Artes Calouste), joalheria, não poderão funcionar mais, ate que se
faça uma obra que será licitada, um dia, não determinado, para resolver
problemas, também não especificados pelos bombeiros.
Hoje a novíssima gestão, com o Sr. Romulo Sales como Diretor
interino do Centro, há 15 dias, decidiu que as oficinas que funcionaram há mais
de 40 anos de segunda a sexta, não poderá funcionar mais na segunda feira. Por
quê??? Ele pensa que somos um centro cultural, e diz que os centros culturais
abrem de terça a sexta, sem perceber que temos um letreiro em aço inox que diz
bem grande, Centro de Artes Calouste Gulbenkian.
Ele ainda não sabe que somos o único Centro de Artes deste
Município??? Ou talvez ele não saiba a diferença entre Centro Cultural e Centro
de Artes???
O curioso da questão é que todo o Centro de artes funcionará, o Rio
Mulher, a administração , biblioteca, espaços dedicados a grupos de artistas
amigos, ocupações do teatro e das salas de teatro e dança, por produtoras
privadas, restaurante da ONG, feirarte, ou seja, todo o Centro de artes
funcionará, mas nós que a mais de 30 anos ministramos oficinas em diversas
áreas das artes, que juntos temos um grupo de 900 a 1000 alunos mês, que sem
sombra de dúvida somos a maior comunidade do Centro de Artes Calouste e talvez
a maior comunidade dos equipamentos artísticos com em se tratando de alunos em
cursos e oficinas do Município do rio de Janeiro, somos avisados de maneira
desrespeitosa e arbitraria, por email as 23:00 hs de uma sexta feira, que a
partir de agora nós não podemos estar dentro das oficinas dando aula nas
segundas feiras. E todos os alunos matriculados??? Eles não são a comunidade???
Não são cidadãos??? Não mantêm este Centro também com o dinheiro dos impostos
recolhidos que vislumbra entre os mais altos do país? E o respeito aos
professores que há muito tempo trabalham, multiplicando um conhecimento valioso
em parceria com o Município e com a comunidade??? Será que agora o único Centro
de Artes do Município vai ser ocupado por produtoras que movimentam 9 milhões
em suas montagens e ONGs de duvidosa procedência??? Será que o Centro de Artes
Calouste Gulbenkian agora é o quintal da casa do Sr. Romulo Sales e por isso
ele cortou arvores do estacionamento arbitrariamente e arrancou as únicas
placas de comunicação visual das oficinas do Centro de Artes Calouste ou será
que ele esta arrumando o quintal para o novo Dono???
Os verdadeiros donos não seriam os cidadão da cidade do Rio de
Jneiro? A comunidade???
O Sr. Romulo Sales foi nomeado ao cargo oficialmente??? Por que
nada é documentado??? Esta pessoa tem capacidade para gerenciar um equipamento
cultural deste porte??? Ou está aqui apenas para sucatear nosso querido Centro
de Artes que indubitavelmente tem deixado um grande legado para a cidade ???
A Associação de amigos de Centro de Artes, que em parceria com o
Município há mais de 30 anos coordena os cursos livres do Calouste, agora, está
sendo atacada, chutada, desrespeitada, talvez por que não aceitamos o
desmantelamento do Centro de Artes Calouste, por que não aceitamos quando
perdemos todo nosso acervo técnico, usado para a montagem das exposições e
eventos da casa, jogado fora pelo Sr. Romulo Sales, tratado como lixo, em pleno
Rio + 20, assim como o mobiliário de algumas oficinas; Também perdemos o acervo
de obras doadas por artistas que tiveram relação com o centro; perdemos salas
que foram construídas dedicadas às oficinas que nelas funcionavam, para sermos
comprimidos dentro de espaços absolutamente insuficientes, dado o volume e as
características das oficinas oferecidas, para que ditas salas fiquem fechadas,
por mais de um ano e sem definição; perdemos as salas de ensaio de dança e
teatro, com piso de madeira, espelho e barra, especialmente equipadas para as
oficinas destas linguagens , utilizadas gratuitamente por um grupo enorme de
alunos onde muitos já ganharam o mercado, e que, muitos foram e são custeados
pelo dinheiro publico, já que há também professores públicos concursados do
Centro de Artes, estas salas hoje abrigam produções privadas que atuam no
mercado carioca. Porque não lhes foi oferecido um espaço ocioso sem detrimento
das oficinas lá existentes e para qual o Centro de Artes foi criado? Produções
como O Mágico de Oz, Rock in Rio o musical, Como ser um Pop Star, Milton
Nascimento uma Travessia, Beatles num céu de Diamantes, testes para produtoras
de cinema e teatro paulista como Time for Fun, entre outras tantas produções
estiveram e estão presentes no Centro de Artes, subtraindo a sociedade a
possibilidade de estudar e formar se em um espaço adequado, pensado e
estruturado e para qual o dinheiro publico foi investido. Perdemos nossa
biblioteca, construída no decorrer de 30 anos, com doações e aquisições de
livros de todas as artes, cinema, teatro, dança, cerâmica, escultura, pintura,
literatura, todas as técnicas artesanais, que foi retirada em sua totalidade,
sem documentação oficial, para ser doada para um centro comunitário de algum
lugar. Mas Será que alguém conhece um centro comunitário que possa fazer melhor
uso de centenas de livros de artes, que o único Centro de Artes do Município???
Pois a Srª. Leda Fonseca, ex.diretora do Centro de Artes e protetora do Sr.
Romulo Sales, conhece, pois foi ela que apesar dos gritos dos professores do
Centro, continuou e esvaziou toda nossa querida biblioteca, colocando no seu
lugar uma nova biblioteca, com um acervo que não chega a 10% do que tínhamos a
disposição para consulta de toda comunidade.
Agora estamos sendo tratados como invasores, desrespeitados e
atropelados, mas estamos aqui sangrando e gritando aos quatro ventos ao ver o
Centro de Artes Calouste ser esquartejado, pedindo ajuda a sociedade, ao
Prefeito, aos vereadores e a comunidade cultural do Rio de Janeiro.
O Calouste pede socorro, a sociedade quer respeito e o Rio quer
arte!!!
Amigos, alunos, professores
e comunidade do Centro de artes Calouste Gulbenkian–RJ
Rio de janeiro 15 / 04 / 2013