Direção de "Escola do Amanhã", da Cidade de Deus,
entrega o cargo diante do novo formato de “horário integral”, determinado pela
SME.
As Escolas do Amanhã, de turno único, localizadas em áreas
reconhecidamente carentes da cidade, receberam a notificação de que deveriam
promover a mudança do horário de seu atendimento aos alunos, de forma que o
horário obrigatório fosse apenas até às 14h30 e, a partir daí, fossem
oferecidas disciplinas eletivas, no formato de oficinas, para os alunos cujos
responsáveis optassem por manter seus filhos até às 16h30 na escola. Na
prática, as escolas estão vivendo o fim do horário integral nestas unidades, já que é muito
complexa a organização dessas oficinas, nas quais os alunos se inscrevem por
interesse, o que implica numa redistribuição das crianças pelo espaço da
escola, fora de suas turmas, sem que, para isso, a SME garanta um maior número
de profissionais para trabalharem especificamente com essa reorganização da
escola. Cientes do problema e temendo pela própria segurança de seus filhos,
devido à idade das crianças, muitos pais optam pelo horário reduzido, apesar da
necessidade que têm de manter seus filhos numa instituição confiável, enquanto
trabalham.
Depois de extinguir várias Unidades de Extensão, que ofereciam
oficinas de Artes, Esportes e de Educação pelo Trabalho, no contra turno dos
alunos, dadas por professores concursados da rede, num trabalho estruturado há
cerca de 20 anos, a SME volta atrás na proposta de implementar o horário
integral, progressivamente, em todas as escolas do município e faz a opção pelo
retorno da extensividade, só que, desta vez, com a utilização de
oficineiros, trazendo, definitivamente, para a rede, a precarização das
relações de trabalho e da formação profissional no atendimento direto ao
aluno, principalmente os de baixa idade.
A direção demissionária do CIEP da Cidade de Deus, que não
aceita trabalhar nestas condições, é conhecida pelo excelente trabalho que
realiza na comunidade, garantindo atividades diferenciadas com alunos de história
de vida muito difícil e que ficarão sem o respaldo de auto-estima que a escola
proporciona. A equipe trabalhava com projetos internos que envolviam a
linguagem do Teatro, da Contação de Histórias, atividades de Horta, entre
outras. Esta direção, consciente que é do seu papel dentro da comunidade, não
consegue permanecer no cargo, tendo todo o trabalho sério que vem realizando, e
no qual acredita, inviabilizado.
É um absurdo o que estamos vivendo na Rede
Municipal de Ensino! A SME desmonta, de forma autoritária e centralizadora,
tudo o que a rede ainda possui de positivo.
É preciso reagir!
A secretária Claudia Costin precisa entender que desmontando o
que já é tênue, mas ainda existe, e impondo, no seu lugar, uma situação de
total precariedade, ela vai passar pela História da Educação do Rio de Janeiro
como a gestão de atuação mais destrutiva do ensino público.
E nós, professores da rede, temos um papel fundamental de
interferência nesta História!!
Todos ao Ato em frente à Prefeitura, no dia
18/04, às 11h. Vamos pressionar o prefeito e a secretária a receber uma
comissão que leve a eles as nossas reivindicações!
VÁRIAS COORDENADORIAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO
NÃO ESTÃO PERMITINDO A REALIZAÇÃO DO PLEBISCITO DO SEPE, NAS ESCOLAS DO
MUNICÍPIO. NÃO HÁ DOCUMENTO FORMAL PARA O IMPEDIMENTO! TRATA-SE DE MAIS UMA
ARBITRARIEDADE QUE NÃO DEVEMOS ACEITAR PORQUE É DIREITO DO SINDICATO E DA
CATEGORIA REALIZAR ESTE TIPO DE AÇÃO! VOTE NO PLEBISCITO PELO SITE DO SEPE!!
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