terça-feira, 31 de maio de 2016

É urgente romper com a cultura do estupro!

A Regional VI do Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE), vem a público prestar toda a solidariedade à jovem que foi barbaramente estuprada por cerca de 30 homens, numa comunidade que pertence a nossa área de atuação. O sentimento de indignação, asco, o clamor por punição aos criminosos, a vergonha de uma sociedade que não protege seus jovens e suas jovens, tudo isso é muito pouco. Precisamos tomar para nós a responsabilidade por acontecimentos deploráveis e inaceitáveis como este. Mudar uma realidade implica em cada um entender e fazer o seu papel para concretizar o processo de mudança. E qual tem sido o papel da Educação no enfrentamento das questões de gênero presentes em nossa sociedade machista, que oprimem nossas meninas, adolescentes, jovens mulheres e senhoras? O momento é de reflexão sobre nossa ação no mundo. O momento é de questionamento. A Regional VI conclama todos os educadores a tomarem uma posição de ruptura com a cultura do estupro, com a banalização da violência contra a mulher e com a coisificação sexista do corpo feminino. Cada um que compartilhou o vídeo publicado nas redes sociais, de alguma forma, participou também desse estupro. Isso exige de nós, profissionais da Educação, a construção de uma prática que desmascare a crença do senso comum de que a mulher é quem provoca as agressões que sofre, de que ela quer ser violentada
quando usa roupas mais decotadas, porque essas formas de pensar estão presentes em nossas escolas, em nossas salas de aula já que essa cultura machista e sexista está nos comerciais de TV, nas piadas, nas novelas, nas letras de várias músicas. Ainda hoje, se ressalta na mídia mercantilizada a figura da mulher "linda, recatada e do lar". A mulher é sempre considerada uma prostituta quando foge às normas estabelecidas. Sobre o corpo feminino subsistem repressões legais, de controle patriarcal, exercido majoritariamente pelos homens, que precisam ser combatidas.
 É preciso que toda a sociedade assuma a responsabilidade de desconstruir essas ideias e nós, educadores, podemos dar uma importante contribuição nesse processo. A luta por uma escola de qualidade é a luta por uma escola libertária, que ajude na transformação da sociedade. Não podemos tolerar mais essa realidade. É preciso mudar!!




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