“(...) Numa perspectiva revolucionária, impõe-se que os alfebetizadores percebam e aprofundem a percepção de que o fundamental mesmo é fazer história e por ela serem feitos e refeitos e não ler estórias alienantes (...)” (FREIRE, Paulo - CARTAS À GUINÉ-BISSAU, Registro de uma experiência em processo - Paz e Terra - Segunda edição, 1978, RJ, Pág.27).
Nós, professores da Rede Pública do Estado do Rio de Janeiro, realizamos uma greve de 60 dias, na qual lutamos diariamente por avanços em nossas reivindicações. Num país onde 70% dos jovens com menos de vinte anos dependem do Ensino Público e os professores de oito estados, neste primeiro semestre, estão ou estiveram em greve, lutando por melhorias no ensino, demonstram o descaso dos governos em todas as instâncias com esses jovens. As nossas reivindicações profissionais apontam para uma melhoria da nossa atuação em sala de aula. Esses jovens estão sendo conduzidos a uma prova nacional unificada : o ENEM - que hoje é a porta de entrada para a maioria das universidades públicas. Pense bem: o nosso aluno tem somente 50% da carga horária das escolas privadas, logo, ele tem apenas 50% de chances de conseguir uma boa pontuação no ENEM.
Ao término do primeiro “round “de uma luta longa, objetivando aumentar os investimentos na escola pública, ampliar a rede de escolas, melhorar os salários dos educadores e propiciar uma escola pública capaz de formar futuros cidadãos críticos, conscientes, preparados para disputar o mercado de trabalho e uma vaga nas faculdades públicas, obtivemos algumas vitórias. Mas ,ainda temos um caminho longo para construir.
O Estado do Rio de Janeiro não se ausenta desse processo de desmonte da escola pública, ao contrário, aqui parece ser o celeiro dessa política perversa que terceiriza o espaço escolar, alugam os aparelhos de ar condicionado e computadores e contratatam instituições privadas (em detrimento às universidades públicas que poderiam ser parceiras nessa tarefa) para as “avaliações” de desempenho da escola com um todo. O papel do estado hoje, no Rio de Janeiro, é de garantir o lucro das empresas privadas, pagas com o dinheiro dos nossos impostos.Esta política pretende também fechar 22 escolas noturnas em áreas estratégicas para população que trabalha e precisa estudar à noite.
No período da greve, o governador Cabral tentou por várias vezes, desmobilizar e desqualificar nosso movimento usando de todos os recursos disponíveis: gás de pimenta, ameaças de remoção dos professores, corte de salários, contratação de profissionais de instituições privadas para substituir os grevistas, etc.
Essa prática também está presente contra outras frentes de resistência e mobilização social contra as remoções que desabrigam milhares de famílias em Jacarepaguá para a construção (com licitações duvidosas) de grandes obras cujo “legado” ou herança, será, na verdade, uma cidade mais cara para se viver. Quem de nós não conhece ao menos uma família, seja nas comunidades carentes, seja nos pequenos condomínios e vilas de Jacarepaguá, ameaçada de despejo para a construção de mais uma estrada ou de um “parque esportivo”???
Enquanto isso, o governador Cabral investe bilhões para a realização de grandes eventos: Copa do Mundo, Rock in Rio, Olimpíadas.
Logo, temos, enquanto cidadãos, que estar atentos a essa política que poderá soar como uma música suave para os ouvidos desatentos e ecoar pelo Brasil a fora, embalando os sonhos de um governador que pretende chegar à presidência da República...
Obs.Precisamos continuar nesta luta, mas para isto é necessário o comprometimento e a participação ativa de educadores, responsáveis, alunos e a sociedade civíl.
Professores, filie-se ao SEPE!!!
Nota:
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Companheiros Professores pedimos para divulgarem esta carta junto aos alunos e comunidade escolar.
Podem baixar de nosso blog ou retirar em nossa sede.
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