Nós
brasileiros de todas as regiões, nos últimos meses, nos fortalecemos como
cidadãos capazes de atuar, social e politicamente, influenciando nas decisões
em prol dos interesses públicos e populares, contra a alienação e a inércia,
que favorecem o autoritarismo e a corrupção.
Como
professores de Unidades de Extensão, do Programa Extensividade/SME-RIO, também estamos atentos
a este momento histórico e, particularmente, aos encaminhamentos do atual movimento da categoria, em nossa cidade
e estado. Sendo assim, julgamos importante considerar os encaminhamentos
apontados no SEPE (em 08/08/2013), e acreditamos que os
segmentos representados por pais, responsáveis e alunos também devam fazê-lo,
por serem partes integrantes neste contexto.
Entendemos
que os empreendimentos educativos em nosso município não são exclusivos dos
espaços, tradicionalmente, regulados pelo ensino fundamental, eles se encontram
igualmente presentes naqueles segmentos que compõem todo o sistema educacional
municipal.
Sendo
assim, as unidades de extensão, voltadas à arte-educação e à educação
desportiva contribuem significativamente para o desenvolvimento cognitivo,
emocional e corporal de nossos alunos e alunas. Como áreas de conhecimentos
sistematizados, constituem lugares de construção de conhecimentos racionais,
sensíveis e simbólicos; confluem para o processo de refinamento do senso ético
e estético; motiva descobertas e aprendizagens conforme interesses próprios; de
seus grupos, dos conhecimentos universalmente organizados; promove valores
pessoais, em modos de cooperação e de sustentabilidade ao meio ambiente. Estes
espaços educacionais constituem um marco histórico na Rede Municipal de
Educação do Rio de Janeiro.
Nosso trabalho tem por
meta produzir uma educação inclusiva, de qualidade e voltada à formação
emancipatória dos alunos. Lembrando o Mestre Paulo Freire, (2000), “A necessária promoção da ingenuidade à
criticidade não pode ou não deve ser feita à distância de uma rigorosa formação
ética e estética.“ Indo mais
adiante, Freire pontua:
“Uma das tarefas mais
importantes da prática educativo-crítica é proporcionar as condições em que os
educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor e ou a
professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser
social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador,
realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar.” (IDEM, p. 46.)
Próximos
a completar duas décadas de atuações, as unidade de extensão constroem sua
história na Educação do município, compartilhando dos desafios de promover uma
educação de qualidade e inclusiva, com trabalho fundamentado em pesquisa
no ensino da arte e do desporto; apontando possíveis caminhos para organização
do currículo, com inovação, práticas criativas, sérias e comprometidas, ainda
que em condições adversas. Neste governo, as unidades de extensão têm vivido
ataques sucessivos, inclusive a extinção total dos PET (unidades voltadas à
Educação pelo Trabalho), no final do ano de 2012 e ameaças reiteradas de que os
Núcleos de Arte e Clubes Escolares também serão extintos.
A
situação funcional dos Clubes Escolares e Núcleos de Arte possui semelhanças e
especificidades, que complementam o processo educacional das unidades da rede
municipal de ensino. Sobre as semelhanças podemos citar: a observância ao
calendário letivo, aos turnos e horários; gestão das verbas por SDP;
planejamento didático através de Projeto Político Pedagógico e encontros de
centro de estudos. Sobre as especificidades, citamos a situação funcional do
Chefe 1 e Auxiliar de Chefe 1, cargo onde o exercício de Regência não é
reconhecido (embora exista jurisprudência de correção dessa distorção às mesmas
funções realizadas pelo Diretor de escolas e creches municipais, para fins de
aposentadoria); professores sem origem, na unidade de extensão, apenas com
Requisição e Dupla Regência; turmas multisseriadas e trabalho em sistema de
oficinas (referência à metodologia prática-teoria-prática). Os processos do
ensinar e aprender observam essas questões, entre outras, a fim de intercambiar
e contribuir com aqueles realizados na escola do ensino fundamental da rede
municipal, enriquecendo os conhecimentos do currículo básico.
Este
posicionamento pretende colaborar com os rumos gerais, pretendidos por nossa
categoria profissional, neste momento de greve e reivindicações, por serem
notórias as razões que levam o conjunto dos professores a se mobilizar por
salários dignos, plano de carreira unificado e melhores condições de trabalhos.
As unidades de extensão, do Programa de Extensividade/SME-RIO, se reconhecem
neste propósito e no valor da participação cidadã, voltada aos interesses das
políticas públicas populares, que define o atual movimento de greve, cuja pauta
reivindicatória busca conquistar mais respeito e valorização ao trabalho
realizado por nossa categoria:
1.REAJUSTE DE 19%;
2.PLANO DE CARREIRA UNIFICADO;
3.1/3 DA CARGA HORÁRIA PARA PLANEJAMENTO;
4.FIM DA MERITOCRACIA;
5.GESTÃO DA SME POR SERVIDOR(A) DE CARREIRA, DEVIDAMENTE
CAPACITADO(A) PARA ATUAR SOBRE OS DESAFIOS PRESENTES EM TODAS AS UNIDADES
ESCOLARES E PROGRAMAS EDUCACIONAIS DO MUNÍCIPIO DO RIO DE JANEIRO;
6.POR UM GOVERNO MUNICIPAL DEMOCRÁTICO, POPULAR E PARTICIPATIVO.
Se em acordo, contamos com seu apoio e
compartilhamento.
(Enviado por professores)