Os profissionais da Rede Municipal de Ensino decidiram continuar
em greve por tempo indeterminado, diante da falta de sensibilidade do prefeito
Eduardo Paes, que manteve uma postura soberba de intransigência, sem abrir um
canal de diálogo com a categoria. Limitou-se a mandar recado, pelo chefe da
casa civil, numa audiência que se viu pressionado a marcar, de que não
negociaria com a categoria em greve. Tamanho desrespeito teve como
resposta a presença de cerca de dez mil pessoas na Assembleia do Largo do Machado,
seguida de um Ato histórico que comprova a força de mobilização dos
profissionais de Educação e sua total indignação em relação aos desmandos da
prefeitura. Com o desgaste e a pressão provocados pelo peso do movimento e a
cobertura de toda a mídia, a prefeitura chamou o SEPE para uma audiência no
mesmo dia!
Na audiência, estavam presentes, além de diretores do SEPE, O
vice-prefeito Adilson Pires, o chefe da Casa Civil Pedro Paulo Carvalho, a
subsecretária de ensino Helena Bomeny e o subsecretário de gestão Paulo
Figueiredo. Mais uma vez, o prefeito não compareceu.
Num processo de negociação difícil e desgastante, a prefeitura
aceitou construir um plano de carreira em conjunto com o SEPE, bem como a
estratégia para o cumprimento do 1/3 da carga horária para planejamento. O
Plano contemplaria a progressão por formação e tempo de serviço, mas daria
abertura para outros instrumentos de progressão. O Plano corrigiria distorções
salariais, como as dos professores 1 e 2, e o vencimento das merendeiras e serventes
que é inferior ao salário mínimo. Os aposentados teriam equiparação. A
prefeitura prevê um prazo de três meses para o grupo de trabalho finalizar essa
construção e se comprometeu a enviar o plano de carreira à Câmara, em forma de
decreto. O reajuste de 19%, reivindicado pelo sindicato, a prefeitura não quer
negociar. Alega que o plano de carreira já trará uma compensação salarial e
ignorou a argumentação de que essa compensação ainda vai demorar a se
concretizar e a categoria precisa dela agora. No mais, a prefeitura disse que
só dará continuidade ao processo de negociações quando a greve for suspensa.
Chegou a propor que o sindicato antecipasse a Assembleia para que a greve
acabasse ainda nesta semana, o que nossos diretores descartaram, prontamente.
Agora, precisamos avaliar, juntos, os próximos passos do
movimento, diante da reação da prefeitura. Mais do que nunca, temos que estar
100% mobilizados, fortes, para discutirmos o que devemos ou não aceitar e quais
serão nossas estratégias para avançar nas conquistas.
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