No final da noite deste dia 28 de setembro, o Rio presenciou uma cena das mais lastimáveis: A tropa de choque da Polícia Militar invadiu a Câmara Municipal, sem nenhum documento oficial, apenas com uma ordem verbal, segundo o comandante da operação, direta do governador Sérgio Cabral. Lá, a tropa encurralou, empurrou e arrastou os profissionais da Educação que ocupavam o plenário da Casa, pelos corredores e escadarias, provocando uma situação de pânico, com chutes, cotoveladas e choques. Ao mesmo tempo, do lado de fora, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e tiros de borracha eram lançados para dispersar os profissionais que estavam em vigília, causando ferimentos em vários deles. Como se não bastasse, quatro profissionais foram detidos e levados para a 5ª Delegacia de Polícia, por terem “resistido à desocupação”, um deles depois de ter sofrido agressões e choques que o fizeram desmaiar!
Após a desocupação, todos foram, em passeata, à delegacia para a qual os profissionais foram encaminhados, na companhia dos advogados do SEPE. Lá, abriram boletins de ocorrência pelas agressões sofridas e aguardaram a liberação dos companheiros detidos.
A violência da polícia, desproporcional à forma pacífica e ordeira com a qual a ocupação estava sendo conduzida, desde o dia 26/09, demonstra a atitude autoritária e truculenta deste governo no trato com os servidores e a população.
A sociedade carioca não pode permitir que pessoas indefesas, num movimento legítimo de luta por aquilo em que acreditam, sejam vítimas da violência de uma instituição que existe para zelar por sua segurança, e que é paga pelos seus impostos.
É inadmissível que a polícia agrida pessoas desarmadas, que não esboçaram qualquer reação de provocação aos policiais ou de depredação ao patrimônio público! Na verdade, a entrada truculenta da polícia danificou computadores e o mobiliário das salas e corredores da Câmara Municipal. Sem nenhum respaldo judicial, o batalhão de choque surpreendeu os profissionais, que foram arrastados e expulsos, enquanto tentavam negociar uma solução de consenso e pacífica, com o comandante da operação. Os parlamentares presentes também foram vítimas de agressões.
A Câmara Municipal é um espaço público! Telefonemas do governador ou um possível ofício do presidente da Câmara, solicitando reintegração de posse, apresentado apenas pela mídia e, em nenhum momento mostrado aos parlamentares e aos profissionais da ocupação, não dão respaldo oficial ao absurdo que aconteceu naquela Casa.
A cidade do Rio de Janeiro, como um todo, foi igualmente atingida por cada uma das agressões sofridas por seus Educadores. Não é isso que a sociedade carioca espera de sua polícia e de seus governantes! A reação indignada da população se une a da categoria, num grito de repúdio que vai ecoar e percorrer as ruas, as escolas, os palácios... Todos na luta para impedir que a Educação Pública continue sendo desmontada, a favor dos interesses de grupos empresariais! Todos na luta por uma Educação de qualidade, libertária e transformadora, que tem no exercício democrático da cidadania o seu principal conteúdo pedagógico!
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