COMISSÃO DA ABI REPUDIA A
COVARDIA PERPETRADA AOS PROFESSORES
A Comissão de Defesa da Liberdade
de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
repudia a política de segurança do governo do Estado do RJ, e as ações truculentas da Polícia
Militar (PMRJ). Na madrugada de domingo, a
Câmara Municipal do Rio de Janeiro vivenciou uma ação covarde que lembra os
tempos sombrios da ditadura civil militar de 64 e que tantos males causou ao
país e aos direitos humanos. A violência institucional fez com que as forças
repressoras adentrassem a Câmara arrombando a porta lateral que dá acesso a Rua
Evaristo da Veiga, que estava trancada com uma barra de ferro colocada pela
própria Casa após a primeira tentativa de ocupação no dia 30 de Julho de 2013 (e não pelos professores que estavam no
local, como o jornal Extra, mídia impressa das organizações Globo publicou).
É inadmissível tamanha violência,
parece até os tempos do AI-5. Sem mandado judicial e
com a alegação de terem recebido ordens diretas do Governador Sérgio Cabral Filho
e do presidente da Câmara, Jorge Felipe, retiraram à força os profissionais da
educação que ocupavam o plenário da Câmara. Com o uso de spray de pimenta,
socos e empurrões. Um dos professores, que possui problemas cardíacos, foi
arremessado pela escada e recebeu choque de taser à queima roupa. Cerca de 20
feridos foram levados ao Hospital Souza Aguiar e quatro pessoas foram detidas.
Fora do prédio, o choque entrou em ação com mais uso de spray de pimenta diretamente
nos olhos dos apoiadores dos profissionais da educação, também usou bombas de
efeito moral em cima de cidadãos que estavam sentados pacificamente. Os únicos
mascarados que estavam presentes eram do Batalhão de Polícia de Choque, sem
identificação nem mesmo alfa-numérica em seus coletes, realizando prisões
arbitrárias, sem informar as acusações dos detidos e à qual delegacia seriam
levados.
Antes de efetuarem a ação de remoção dos professores, alguns policiais hesitaram, e aos choros por alguns segundos, se negaram a seguir com a ação. Enquanto isso, quem deveria tomar a atitude de negociar o Plano de Cargos e Salários com os professores, era o Prefeito Eduardo Paes, que estava no conforto de seu lar pouco se importando com a situação dos professores e dos policiais. O choro dos policiais durou pouco e logo a repressão violenta foi iniciada.
Durante
mais de quatro anos o prefeito e a secretária de educação se recusaram a
receber os profissionais da educação em audiência, e somente após a greve, o prefeito e a secretária
aceitaram receber o SEPE. Os profissionais
da educação aceitaram suspender a greve após negociações que incluíam o envio para a Câmara Municipal de um plano
de carreira a ser construído junto com o SEPE, e que garantisse paridade, progressão
por tempo de serviço, progressão por formação e carreira unificada de
profissional da educação; a prefeitura então
enviou a mensagem à Câmara sem conversar com o sindicato e sem cumprir as
premissas combinadas; sendo assim, os
profissionais da educação retomaram a greve, exigindo a retirada do plano e
apresentaram uma proposta alternativa; a prefeitura
recusou a proposta e passou a negociar emendas com a base aliada, sem convocar
a oposição e se recusou a ouvir o sindicato; sendo assim, os profissionais da educação ocuparam a Câmara Municipal
exigindo a retirada do plano e a reabertura de negociações.
Por fim, governador e prefeito usaram de violência policial para retirar os professores e manifestantes, a prefeitura anunciou que irá votar o plano, que não atende a categoria, nesta terça-feira (01/10). A Comissão da ABI apóia os profissionais da educação, exorta a Prefeitura à atender as justas reivindicações da categoria, e que garanta os direitos básicos da população carioca, como educação, segurança e saúde.
Por fim, governador e prefeito usaram de violência policial para retirar os professores e manifestantes, a prefeitura anunciou que irá votar o plano, que não atende a categoria, nesta terça-feira (01/10). A Comissão da ABI apóia os profissionais da educação, exorta a Prefeitura à atender as justas reivindicações da categoria, e que garanta os direitos básicos da população carioca, como educação, segurança e saúde.
Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2013.
Comissão
de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da A.B.I.
Mario Augusto Jakobskind – Presidente
Daniel Mazola - Secretário
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