Cláudia Costin, NÃO!
A privatização do ensino público, a fragmentação do trabalho docente, a
perda da autonomia dos professores, a submissão estrita aos cânones neoliberais
têm sido implementados por Cláudia Costin à frente da Secretaria Municipal da
Educação na cidade do Rio de Janeiro.
Seu autoritarismo didático e de conteúdos, prescritos em cadernos e
apostilas, emanado das orientações dos organismos internacionais ampliam o
abandono da educação básica da grande maioria da população, historicamente
relegada à carência de escolas e, mais recentemente, à desqualificação da
educação nas escolas existentes. Além disso, no Rio de Janeiro, professores,
gestores e funcionários tem sido alvo de aliciação pecuniária, os bônus
financeiros, através de remuneração extraordinária pelo desempenho dos alunos,
traduzido em um percentual de aprovação de alunos nas turmas e no conjunto da
unidade escolar, como compensação aos baixos salários.
Não por caso, quando Ministra da Administração Federal e Reforma do
Estado no governo FHC, foi uma das responsáveis pela idealização e
implementação do desmonte do Estado, incluindo-se aí as privatizações ou a
venda do país e a quebra da estabilidade dos servidores públicos
Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica,
é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento
do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo
de intelectuais que seguem a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital,
inclusive as pessoas. Não mais a educação básica, direito social e subjetivo,
mas escola fábrica de capital humano. Uma versão bastarda do
ideário republicano de escola, como a define Luiz Gonzaga Belluzzo,
em brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012,. Esta visão bastarda de
educação objetiva apagar qualquer senso crítico dos
alunos. Trata-se de transformar, para Belluzzo, recorrendo
aMarshall Berman, a ação humana em repetições rançosas de papéis
pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ideais
que incorporam todos os traços e qualidades de que se nutrem as comunidades
ilusórias.
Delegar à administradora esse setor vital da educação brasileira é
declinar de todos os embates e propostas da educação para ter uma política
própria de educação básica como formação humana, em favor do tecnicismo e da
intervenção de grupos privados no interior das escolas públicas.
Professores, pesquisadores estudantes e suas entidades representativas
vêm publicamente, protestar contra o arbítrio economicista, degradante e
mutilador para a educação das gerações de jovens da educação básica que sua
presença na SEB traria à educação básica, não apenas na cidade do Rio de
Janeiro, mas em todo Brasil. Cláudia Costin, NÃO!
Eveline Algebaile -UERJ
Gaudêncio Frigotto – UERJ
Maria Aparecida Ciavatta Franco - UERJ
Maria das Graças Bollmann – UNISUL
Maria das Graças Bollmann – UNISUL
Olinda Evangelista - UFSC
Marise Ramos – UERJ/ Fiocruz
Regina Leite Garcia – UFF
Regina Leite Garcia – UFF
Roberto Leher – UFRJ
Sonia Maria Rummert – UFF
Vania Motta – UFRJ
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